segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Montadoras lucram mais no Brasil que em outros países


Preço de veículo no país é até 106% superior a outros mercados

Um levantamento feito em cinco países comprovou o que muitos metalúrgicos já estão cansados de saber: as montadoras instaladas no Brasil lucram muito mais que em qualquer outro lugar. A pesquisa mostra ainda que os carros aqui produzidos têm o preço mais alto que em outros países.

O levantamento feito pelo jornal O Globo e pela consultoria IHS Automotive verificou os preços dos automóveis no Brasil, Argentina, Estados Unidos, França e Japão. O resultado aponta uma diferença nos preços de até 106%, como no caso do Honda Fit, que é vendido no Brasil por R$ 57.480, enquanto na França o modelo equivalente sai por R$ 27.898.

Outra diferença expressiva é do Nissan Frontier, que no Brasil custa R$ 121.390, 91,31% a mais que o preço equivalente no mercado norte-americano (R$ 63.450,06).

O motivo de tamanha diferença é a margem de lucro das montadoras. Enquanto no Brasil o ganho é de 10% sobre o preço do veículo, nos EUA esse percentual não passa de 3%, e em outros países chega a 5%. Ou seja, aqui, lucram três vezes mais que em outros países.

Redução do IPI e vendas em alta – A pesquisa constatou ainda que o imposto, muitas vezes apontado como vilão, não é o principal culpado pela alta dos preços. Mesmo descontadas as alíquotas, os consumidores nacionais são os que pagam mais caro pelo bem.

Se descontássemos todos os impostos do Nissan Frontier, por exemplo, seu preço cairia de R$ 121.390 para R$ 81.209,91. Ainda assim, continuaria mais que França e EUA com impostos.

Com lucros em alta e IPI reduzido, as montadoras não têm motivos para reclamar. Graças à expectativa de fim do desconto do imposto, as vendas em agosto bateram todos os recordes. Pela primeira vez na história, mais de 400 mil veículos podem ser licenciados em um mês. O recorde anterior era de dezembro de 2010, com 361,2 mil licenciamentos.

Com tantos dados positivos, não há motivos para demissões no setor. Mesmo assim, a GM de São José continua ameaçando tirar o emprego de mais de 1.840 pais de família.

Fonte: SindmetalSJC
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