quinta-feira, 29 de março de 2012

Operação na região oeste do Pará contra exploração madeireira ilegal encontra indícios de envolvimento da Sema em acordo com associação


A Polícia Civil do Pará por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema) vem realizando nos últimos dias a “Operação Mamuru II”, em Juruti, no Oeste do Pará. No sítio da  Agência Pará de Notícias é dado à informação de que “a operação desarticulou duas madeireiras ilegais que agiam na região” que deve ser submetida à concessão florestal pelo governo do estado.
A Mamuru II percorreu mais de 10 comunidades no entorno do rio. Denúncias apuradas pelo Estado e o trabalho de fiscalização via satélite apontaram vários pontos de exploração, inclusive em áreas destinadas a concessão, que o Governo do Pará está licitando para a extração legal sustentável da madeira. A operação é coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), em parceria com a Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), da Polícia Militar, e Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves.
Segundo depoimentos, a madeira era retirada de comunidades do Mamuru e levada para Parintins (AM) e Belém. A Polícia investiga ainda um suposto acordo para repasse financeiro que teria sido feito em 2010 entre a Associação dos Produtores Rurais do Rio Mamuru (Aprim) e os madeireiros, com o aval da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), na época da gestão da então governadora Ana Júlia Carepa (PT).
O delegado da Dema, da Polícia Civil, Marcos Lemos, ouviu os presidentes da Aprim e da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho (Acorjuve), Antônio Carmo e Gerdeonor Pereira, respectivamente. De acordo com o depoimento de Antônio, a GC Madeiras teria chegado à região do Mamuru em outubro de 2010, depois de arrematar 5 mil metros cúbicos de madeira em um leilão feito pela Sema. Após este leilão, a Aprim teria firmado o acordo financeiro com a GC Madeiras, de Belém, para garantir 5% de toda madeira leiloada pela Sema. O acordo, segundo os depoimentos colhidos pela Dema, teria sido feito com a interveniência da Sema. Em virtude disto, o delegado solicitou por ofício informações a respeito do leilão e do acordo.
“A madeireira, a partir do leilão, detinha o direito de retirar os 5 mil metros cúbicos de madeira, mas, segundo o Antônio, teria mantido a exploração na região desde então. Vamos solicitar à Sema informações sobre este suposto leilão, a fim de dar continuidade às investigações. Além disso, a Polícia vai apurar o suposto apoio que a Sema teria dado ao acordo feito entre a Aprim e a GC Madeiras”, afirmou o delegado Marcos, que já solicitou também apoio à Polícia do Amazonas para localizar Claudecy. “A Polícia Civil do Amazonas, em Paritins, já identificou Claudecy e irá ouví-lo. Vamos dar prosseguimento à investigação para chegar aos cabeças dessa rede de exploração madeireira”.  Conforme o rumo das investigações, e os próximos depoimentos, a Polícia Civil do Pará poderá indiciar os culpados pela exploração.   
As informações são da Agência Pará de Notícias.
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