terça-feira, 29 de junho de 2010

Instituto Cetro: concurso, contradições e mentiras

Hoje, recebi uma resposta do “Instituto Cetro”, organizadora do último concurso do INCRA, aquele recheado de problemas. Fiz um recurso dois dias após a data da prova que deveria ter ocorrido no dia 13 de junho, mas por responsabilidade da própria prestadora, não ocorreu em várias partes do país, inclusive no colégio onde estava.

Dizia a parte principal de meu recurso:

“(...) Comparecendo em data, horário e local determinado pela organização do concurso, o requerente e outras centenas de pessoas não puderam fazer a prova, pois para parte dos inscritos não havia correspondência entre o cargo para o qual havia se inscrito e o cartão resposta. Estas pessoas foram retiradas de suas salas e orientadas a fazer a prova a qual não correspondia ao cargo para qual haviam se inscrito. Estabeleceram-se no local inúmeras incertezas e falta de controle, fazendo com que centenas de pessoas não recebessem a prova e sim apenas o cartão resposta que sequer foi recolhido; Passadas mais de duas horas do horário estabelecido para o início da prova, a organização local não conseguia encaminhar o início do concurso e solicitou o uso da Polícia Militar armada para constranger os inscritos que a esta altura já encaminhavam para sair do colégio e se dispersavam por pátios, salas e corredores do local da prova; Não houve a aplicação da prova no local; Segundo matérias publicadas na imprensa, fatos semelhantes ocorreram também em outras partes do país; Diante do exposto, solicito desta prestadora a anulação do concurso e remarcação de provas para momento oportuno.”

Como na última sexta-feira houve a divulgação do pretenso resultado provisório do concurso (onde consta que não compareci, apesar de está com o cartão resposta entregue pelo fiscal da sala) eu achava que eles tinham desconsiderado o meu pedido de recurso. Não seria nenhuma novidade diante de tanta desorganização.

Mas, para minha surpresa, hoje a tarde recebi no meu correio eletrônico a seguinte mensagem da prestadora Cetro:

Resposta:O concurso público é procedimento administrativo que tem por norma o Edital, instrumento que estabelece vínculo entre a Administração e candidatos propiciando a aplicação de uma regra única e abstrata, demandando a necessária observância bilateral pelas partes, não se podendo admitir, sob hipótese alguma, seu descumprimento por exposição de motivos que fujam a ordem e normas pré-estabelecidas.

Nas localidades de aplicação previstas para aplicação do concurso em Epigrafe em todo o território nacional o Instituto Cetro propiciou os instrumentos necessários para a devida realização das provas previstas no concurso, garantindo aos candidatos a possibilidade de sua perfeita execução.

Todavia, na localidade de aplicação referida, apesar de dispostos todo o aparato e procedimento necessários para sua realização, certo é que alguns candidatos atuando de forma arbitrária e violenta, ao revés de todos os instrumentos garantidos no Estado Democrático de Direito para defesa de direito, propiciaram pitoresca conduta de balburdia na aplicação.

Do fato procurou o Instituto Cetro assegurar de todas as formas aos candidatos presentes as provas dentro da localidade e horário para sua realização meios para que as realizassem, visto que dentro do recinto independentemente do horário de início, restava garantida a incomunicabilidade.


Assim, aos candidatos integrantes dos motins realizados, ou mesmo aqueles que imbuídos por espírito de comoção aos demais ou mesmo por qualquer sentimento pessoal deixaram o local de provas não se pode proceder à conduta diferente daquela prevista em Edital.

Portanto, sendo certo que aos candidatos que efetivamente dispostos a realização das provas foi dada possibilidade de fazê-las, resta garantida a validade e lisura do concurso.
Atenciosamente, Instituto Cetro

FAVOR NÃO RESPONDER A ESTE EMAIL. Este é um email enviado pelo Sistema Automático de Envio do Gerenciador”

Destaquei os trechos mentirosos e caluniosos do instituto Cetro. Como este tal instituto forneceu as condições necessária para a realização do concurso se em várias partes do país não havia sequer as provas para as quais as pessoas estavam inscritas e mesmos aquelas que não apresentavam problemas, como é o meu caso, foram impedidas de fazer a prova? Como uma instituição usa da truculência e da falsidade para justificar seus próprios erros ou imputar aos candidatos a sua própria culpa? Com que direito este instituto primeiro me acusa de está ausente do local da prova e agora me acusa de ser um candidato integrante de um “motim” ou "embuído de comoção"? Me foi dada a "opção" de fazer a prova?

Lamentavelmente, o INCRA até o momento se limitou a uma nota em que diz que consultará o “Instituto Cetro” sobre os problemas ocorridos. O mesmo instituto que usa de mentiras como critério para fazer valer uma tese não corresponde a realidade.

Esclareço que fiz esse concurso para o INCRA, apesar de ser servidor do INCRA, pois este órgão não adota critérios transparentes para a remoção de seus próprios servidores. Neste sentido, estava insrito para a cidade de Belém.Transparência também não parece ser o forte do tal “Instituto Cetro” que tem como um de seus motes na internet a facilidade de ser contratada sem a necessidade de processo licitatório
.


Protocolei em conjunto com outros prejudicados um documento no Ministério Público Federal sobre essa situação na semana passada. Contudo, após essa resposta, pretendo também impetrar um pedido de liminar contra o concurso e quem sabe uma ação por danos. As pessoas que estiverem também dispostas, por favor entre em contato por candinho1979@yahoo.com.br
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Danilo Hoodson disse...

Viste que saiu no Diário Oficial a Homologação do concurso?

Que absurdo!

Realmente, estamos num país sem caráter!