domingo, 18 de abril de 2010

“Ex-Frente de Esquerda” deve lançar três candidatos

Psol, PCB e PSTU devem ter nomes próprios em outubro

Em 2006, um setor da esquerda brasileira apresentou uma composição eleitoral que parecia tornar-se uma alternativa ao bloco hegemonizado pelo PT e pelo presidente Lula. Psol, PCB e PSTU uniram-se em torno da candidatura de Heloísa Helena. No entanto, desde a campanha até hoje, diversos problemas internos surgiram entre essas forças e a reedição da aliança em 2010 torna-se cada vez menos provável.

No Psol, Plínio e Babá defendem a aliança apenas com PSTU e PCB. Martiniano Alencar afirma que pode se aliar com esses partidos, mas não quer se limitar a ambos. Se no Psol parece ainda haver um desejo de aliança com esses partidos, fora dele o cenário é diferente.

O PSTU já lançou José Maria de Almeida como pré-candidato. Segundo a legenda, os diálogos entre membros do Psol e do PV precipitaram a decisão.

Ivan Pinheiro, secretário-geral do PCB, também aponta essas negociações como problemáticas. “Esta aproximação foi muito ruim, porque deixou exposto que o que predomina é a 'matemática eleitoral'. O raciocínio foi mais ou menos o seguinte: já que perdemos uma candidata com votos [Heloísa Helena], vamos procurar outra que nos ajude a eleger parlamentares. O problema é que Marina não tem nada de socialista. É uma figura digna, mas quer conciliar o inconciliável: meio ambiente com capitalismo”, relata.

Pinheiro considera difícil uma nova edição da frente e afirma que o partido já decidiu lançar uma pré-candidatura. “O problema não é o nome do candidato ou candidata [do Psol]. Está tudo errado. Primeiro tínhamos que discutir a política, a conjuntura nacional e internacional, o que nos une em termos táticos e estratégicos”, critica o dirigente.

Para o comunista, o Psol erra ao realizar uma discussão interna e posteriormente tentar impor um candidato aos demais partidos da frente. “Esta coligação nunca mais se reuniu. Nem para tentar uma posição comum no segundo turno de 2006 e nem para fazer um balanço! Não faz sentido agora um partido nos apresentar um candidato, por ele escolhido depois de um processo errático e dramático onde só se discutiram nomes, como se fosse também o nosso candidato”, avalia.

Fonte: Brasil de Fato
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