sábado, 19 de setembro de 2009

Produção de alumínio não promove desenvolvimento, diz Ipea

Analisando a produção de alumínio na Amazônia pela perspectiva da sustentabilidade, o Boletim Regional, Urbano e Ambiental divulgado pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), identificou que atualmente a produção de alumínio não conseguiu atingir o seu objetivo, estipulado no início de sua exploração no bioma: "o desenvolvimento regional e a integração regional".

O relatório aponta que houve um caminho inverso, principalmente com a ligação direta da região com o mercado internacional, quando houve um agravamento das desigualdades intrarregionais, na medida em que é o Estado, e não os municípios, o principal beneficiário da exportação do metal. O estudo aponta que a atividade intensiva em capital e tecnologia, associado ao comércio internacional e grandes empresas transnacionais ainda "não se demonstrou capaz de contribuir para a redução das desigualdades sociais e regionais que colocam os índices de desenvolvimento humano da região abaixo dos índices nacionais".

Um dos maiores problemas para a produção do alumínio na Amazônia é o consumo de energia. Inicialmente o governo brasileiro participou diretamente da produção do metal em associação a grandes empresas do setor, por meio da construção da usina hidrelétrica de Tucuruí e da oferta subsidiada de energia, e também pela Companhia Vale do Rio Doce. O estudo aponta que aumentar os atuais padrões de consumo do alumínio significaria o aumento da demanda por energia, "no que se insere mais o projeto da usina de Belo Monte e outros projetos no Rio Madeira, além do próprio aumento acelerado das áreas de mineração sobre a floresta".

A produção sustentável só existiria com a com a preservação e conservação da floresta, "o que exige novas políticas e arranjos institucionais capazes de promover o desenvolvimento sustentável na região", aponta o relatório. De acordo com ele, isso só aconteceria com a cooperação institucional, com mudanças nos seus atuais padrões de produção e consumo, com a valorização dos recursos naturais, especialmente na internalização dos impactos sociais e ambientais de sua exploração.


Veja o estudo na íntegra:
Boletim Regional, Urbano e Ambiental

Fonte: Amazonia.org.br - Link: http://www.amazonia.org.br
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