sábado, 13 de junho de 2009

"Revelações"

O sítio da direita da ultra-direita "Eco Amazônia" trás essa semana um ruidoso editorial do seu líder na imprensa local, Paulo Leandro Leal. Além das defesas de sempre da ilegalidade, Paulo Leandro agora acusa o Greenpeace de comandar o Ministério Público Federal. Para provar sua teoria, os argumentos são a recente recomendação para os grandes supermercados não comprarem carne de áreas de desmatamento e a interdição dos assentamentos de papel do Oeste do Pará. Apesar de crítico ferrenho do PT, Paulo Leandro Leal agora faz coro a Ana Júlia Carepa e sua trupe no Pará.

Veja trecho:

"É importante destacar que não há nada de errado com o boi criado no Pará. O que está errado são as leis ambientais, criadas à revelia da realidade. A maior parte do desmatamento feito para criar gado ocorreu antes das leis ambientais em vigor. Numa comparação, é como se o MPF quisesse barrar a venda dos vinhos produzidos no Sul do País, já que as plantações de uvas estão localizadas em morros com grau de inclinação acima do permitido pela lei ambiental para desmate. Uma aberração jurídica, econômica, sociológica, antropológica. Uma ação irracional.

Não é a primeira vez que o MPF age sob estrita influência, para não dizer comando, do Greenpeace. Em 2007, logo após a ONG estrangeira divulgar um relatório condenando a criação de assentamentos rurais no Oeste do Pará, o MPF ajuizou ação pedindo a interdição de 99 assentamentos do Incra. Note-se que apesar de relatórios do próprio governo demonstrarem alto índice de desmatamento em assentamentos de outros estados, somente os do Pará entraram na mira do Ministério Público Federal. Porque?

Para responder a esta pergunta, devemos mergulhar fundo no mercado global de commodities. Os assentamentos do Mato Grosso não possuem madeira como os do Pará e não podem abastecer a indústria madeireira. Os 99 assentamentos interditados iriam garantir matéria-prima legalizada para o setor florestal, inundando o mercado mundial com a boa madeira tropical da Amazônia. Agora, com a ação contra a carne paraense, com certeza exportadores de outros países estão eufóricos, ainda mais neste momento de crise e restrição do mercado".
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