sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Minc: 14 dos 36 municípios que mais desmatam não reduziram devastação


Levantamento divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Ministério do Meio Ambiente mostra que da lista de 36 municípios com mais desmatamento na Amazônia divulgada no começo de 2008, 13 aumentaram a área desmatada no período entre os anos de 2007 e 2008 e um desmatou a mesma área nos dois anos. Os outros 22 municípios conseguiram reduzir o ritmo de devastação.

Pelo levantamento do ministério, o município com maior índice de aumento de desmatamento foi Nova Ubiratã (618%), em Mato Grosso, seguido de Ulianópolis (430%), no Pará, e São Félix do Araguaia (400%), em Mato Grosso. "Não me acho culpado por esse desmatamento", disse Osmar Rossetto, do PT, prefeito de Nova Ubiratã. Ele afirma que houve redução da área desmatada em outros anos.

Ainda que tenha tido o maior aumento porcentual, em números absolutos Nova Ubiratã ainda fica bastante atrás de outros municípios, como São Félix do Xingu (PA), que, mesmo reduzindo o ritmo em 13%, teve a maior área devastada em 2008 - 763 km².

"Alguns municípios vão sair desta lista e outros, que estão desmatando, vão entrar", disse o ministro Carlos Minc. “Os que reduziram muito vão sair da lista. E nas próximas semanas vamos ver os critérios para isso. Agora, outros municípios vão entrar como alguns do Maranhão, estado onde não havia município e agora passou a ser o terceiro da lista”, disse o ministro, segundo informações da Agência Brasil.

Ao se reunir com os prefeitos dos 36 municípios que compõem a lista do desmatamento, área que hoje corresponde a 42% da área desmatada no país, Minc ouviu queixas, principalmente relacionadas à falta de recursos. Micn afirmou que vai aumentar a fiscalização na região. Entre as ações previstas, informa a Agência Brasil, estão o aumento do número de agentes da Polícia Federal que atuam em ações ambientais e a criação de delegacias do meio ambiente na Amazônia.

No encontro, realizado a pedido do presidente Luis Inácio Lula da Silva, Minc entregou imagens de radar com alta definição feitas pelo Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia). As informações poderão auxiliar os prefeitos a regularizarem as pendências ambientais e fundiárias de seus municípios e permitir que sejam excluídos da lista de campeões em desmatamento.

Para serem excluídos da lista, eles têm de ter concluído 80% do georreferenciamento (mapeamento exato de todas as terras) do seu território e ter reduzido os índices de desmatamento. "Essas imagens são a parte mais cara do georreferenciamento. Tenho certeza de que elas vão ajudar na regularização dos municípios", acredita Minc.

Dos 36 municípios, 19 estão localizados em Mato Grosso, 12 no Pará , 4 em Rondônia e 1 no Amazonas.

Fonte:Globo Amazônia
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Anônimo disse...

Por Marcos Peixoto
Minc foi a melhor coisa que aconteceu em 2008 para a verdadeira Reforma Agrária, aquela que nunca fizemos. Inversamente, ele suscitou um pesadelo medonho, um cataclismo que abalou desde os fundamentos da outra “reforma agrária” mística, holística e, por que não denominá-la, fascista. Esta a 36 anos arrefece a massa excluída de trabalhadores, não vai além de arrebanhar as esperanças das massas marginais, que estão a largo dos frutos do progresso, fardados a manter-se eqüidistantes da exuberância da sociedade de consumo. Minc abriu o caminho para um grande número de pessoas conhecerem o tamanho de suas ignorâncias em relação ao tema. Da posição que se encontram, o exército trabalhadores camponês de reserva, não podem ver, identificar, perceber, tomar consciência do verdadeiro inimigo que as envolvem. Desconhecem por completo àqueles que farão à vida de seus filhos ser igual a sua, e dos seus netos iguais a dos seus filhos, da mesma forma que foi a sua vida semelhante a do seu pai, e do seu pai como foi indistinta a do seu avó, em suma a pobreza sendo ora causa ora efeito nos exclui e, pior, se reproduz entre as gerações, como um disco de vinil arranhado que toca repedidas vezes mesma coisa. Faço parte dos que superaram o limiar das meras necessidades básicas fisiológicas de reprodução, tenho consciência dos inimigos ocultos, sei como agem e os mecanismos por eles criados. Não obstante, colaboro com os mesmos, perniciosos gestores públicos, que oprimem anonimamente os excluídos, sob os escudos dos procedimentos burocráticos e meramente legais, por via de conseqüência sou um opressor, não menos culpado. Minha vida e de meus colegas nunca foram melhores: compramos casa, carros e viajamos, até aqui tudo legalmente, alguns compram mansões, outros têm grandes fazendas de gado, exclusivamente pelo lucro advindo de seus cargos, facção de servidores para os quais podemos abrir uma interrogação bem grandona em termos de conduta. De outro lado o objeto, o sentido de ser, desta instituição morre de fome, de doenças tropicais, precocemente um pouco a cada dia etc... Nas terras que chamam de assentamento. Diga-se de passagem, reforma agrária não pode ser sinônimo de assentamento unicamente, muito menos alternativa ao desemprego, ataca-se o desemprego com crescimento econômico e não criando favelas rurais. Resumidamente, o INCRA desapropria onde é fácil, onde não há conflitos pela posse da terra, no meio da selva amazônica, e seleciona em grande parte pessoas que não têm vocação agrícola. Tem mais funcionários públicos em assentamento do que trabalhador libertado do trabalho escravo, na Amazônia estima-se que sejam 25 mil aliciados por ano. O presidente do INCRA neste momento de crise gerada pela simples descoberta pela opinião pública do tipo de trabalho que nos fazemos, mesmo depois de todos os escândalos de corrupção, ele, ainda, mantém a matilha de Superintendentes Criminosos no poder. E agora nos chamam, a nós os opressores por omissão e ocultos, para lhe velar apoio, para além de ser omissos sejamos, também, solidários conscientes da pilhagem aos cofres da coletividade, como diria Roberto Carlos “vá pro inferno”. Sou um miserável que me acomodei fazendo meu trabalho medíocre cotidianamente, não sei o sentido prático do que faço, se isto transforma ou não a realidade diretamente. Certeza que indiretamente a quadrilha que atua dentro do INCRA, usufrui do meu trabalho, do coletivo de pessoas como eu é constituído o atual sistema, se fossemos todos igualmente ladrões não existiria a Republica e se fossemos menos omissos não seriamos humilhados pelas manchetes dos jornais que anunciam escândalos sucessivos na organização onde trabalhamos, isto deprimi e envergonha a nos e as nossas famílias. Eu faria alguma coisa se não tivesse tanto medo, levantaria a mim voz, tentaria despertar os meus melhores amigos, mas acho que tenho muito a perder, é muito arriscado. Prefiro acreditar que o melhor que poderíamos fazer é ficarmos quietinhos pra ver o que vai dá. Curvando-nos para o ventre bem próximo do umbigo, vamos pedir aumento de salário, faremos uma greve que terminará assim que cortarem o nosso “ponto”, típico revolucionário de porta de boteco, a baixa classe média sempre foi e será avessa ao risco. Lembrando que entre materializar a justiça social, via a jurada reforma agrária, e a prestação da minha Kit-net e do meu carro novo que vence no fim do mês existe uma contradição que equivale em agir com integridade moral para realizar a primeira ou, inversamente, agir negativamente por omissão para manter o statu quo. Minc arrancou o esparadrapo da ferida podre que consome este órgão. Autarquia Federal que tem fundado em seu estatuto a missão de ser o promotor da reforma distributiva da posse e ocupação do meio de capital terra. A culpa do Ministro Minc não pode, pois, ir além desta ação, de mero descobridor, a ferida podre descoberta não faz parte da constituição orgânico-fisiológica do órgão, portanto só nos resta culpar quem contaminou e feriu esta autarquia. Quem tem o poder de decisão, os autores que fizeram parte dos conselhos deliberativos, os consultivos que fizeram o cordão entre os planos e a legalidade destes, as cúpulas cooptadas das ligas e associações de trabalhadores, vide CPI das ONGs, e servidores que defenderam este modelo de reforma, quem são? Quem são os fidalgos que operacionalizaram tanta irracionalidade, por tanto tempo? Podíamos deixar de ser medíocres pelos menos neste derradeiro suspiro do moribundo Monarca. Anuncio, arrependido pela covardia habitual, que há vida após a morte do Rei. Não é necessário dividir o INCRA, mas o mesmo não se pode dizer da conveniência de manter a cabeça do rei junto a seu corpo. Chamaremos o ministro Minc para operar a guilhotina, MEDE IN TCU. Já Mangabeira Unge iniciará uma partida lançado ao céu a cabeça decepada, jogaremos com entusiasmo, um torneio comemorativo sem ressentimento. Os servidores do INCRA, salvo raras exceções, não são os autores desta tragédia sócio-ambiental no campo, são apenas omissos e alienados. O responsável é o presidente do INCRA, militante explicito do MST, que acha que a revolução socialista virá do campo, pasme até hoje, só crê nisto quem não tem um Orkut. Quem não tem um Orkut? Em relação a empresa MST tem-se que considerar que esta não é homogêneo, existe um fosso cada vez maior entre a cúpula (diretoria) do movimento que firma os convênios milionários com Ministério do Desenvolvimento Agrário para realizar os objetos incognoscíveis e o militante pé de chinelo que não vai além de firmar encontro com a fome. Financiar movimento social revolucionário com recursos públicos orçamentários de programa sociais é algo para lamentarmos, um custo alto para a democracia ainda em vias de consolidação. Estão financiando uma aventura revolucionária com o dinheiro da coletividade que tem a obrigação indisponível de entregar ao governo boa parte dos frutos do seu labor, pagar tributos. Por isto, a reforma agrária não pode ser uma questão exclusiva do INCRA e do militante do MST, senão de toda sociedade que a banca, esta tem o legítimo direito de cobra prestação de contas e eficácia dos gastos, até mesmo do INCRA.